Karl Marx
1. Bibliografia
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1818: Karl Marx nasce no dia 15 de maio em Trier
(Prússia renana).
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1935-36: estuda Direito em Bonn.
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1836: Mudou-se para Berlim onde passou a
freqüentar o Doktor Club e manteve contatos com os hegelianos de esquerda.
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1841: doutora-se em Filosofia em Iena. Escreve a Diferença
da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro.
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1842: redator da Gazeta Renana (jornal liberal).
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1844: Vai para Paris, escreve os Manuscritos econômicos e filosóficos,
conhece Friedrich Engels e ambos escrevem a A
sagrada família;
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1846: Vai para Bélgica,
escreve A ideologia alemã contra os hegelianos de esquerda.
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1848: escreveu, com Engels, O manifesto do Partido Comunista;
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1849: vai para Londres;
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1859: foi publicada A crítica de economia política;
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1862-63: Teorias da Mais-valia.
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1865: Salário, preço e lucro;
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1867: escreve o primeiro volume de O Capital.
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1883: faleceu no dia 14 de março em Londres;
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1885: Engels publicou o segundo volume de O
Capital;
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1894: Engels publicou o terceiro volume de O
Capital;
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1905: Kaustiski publicou o terceiro volume de O Capital.
2. Objetivo de sua vida e obra.
§
O fundamento de seu
pensamento é a afirmação de que a história é fruto da ação dos homens, ela é
superior a cada um deles.
§
Os liberais admitiam que o egoísmo de cada um
construiria o interesse comum. Em Marx, é possível encontrar uma elaboração
intelectual que vai de encontro aos liberais: o egoísmo de cada um destruiria o
interesse comum.
§
O objetivo de Karl Marx era destruir o
Capitalismo, e todo seu pensamento foi direcionado com o intuito de acelerá-lo.
Por esse motivo, ao analisar o Capitalismo, não o fez de maneira científica,
pois primeiro condenou-o e depois escreveu sobre ele.
§
Marx partiu do pressuposto que o Capitalismo era
ruim e teria que ser destruído, para somente depois estudá-lo.
§
Na compreensão da sociedade, é preciso entender
a economia, bem como para entender a economia é necessário entender o
funcionamento da sociedade.
§
O fundamento de seu pensamento é a afirmação de
que a história é fruto da ação dos homens, ela é superior a cada um deles.
§
Os liberais admitiam que o egoísmo de cada um
construiria o interesse comum. Em Marx, é possível encontrar uma elaboração
intelectual que vai de encontro aos liberais: o egoísmo de cada um destruiria o
interesse comum.
3. Conceitos.
·
A presença de Karl Marx, como um dos fundadores
da Sociologia como ciência, pode resumir-se aos conceitos que ele introduziu no
estudo da sociedade:
1.
Massa;
2.
Proletariado;
3.
Classe;
4.
A importância do econômico
5.
A idéia de evolução;
6.
Colocou o homem na história (a idéia e evolução são
nitidamente hegelianas).
4. Influências no pensamento
de Karl Marx.
Karl Marx
Filosofia idealista Sociologia Economia
Alemã Utópica
Francesa Inglesa
5. Pensamento de Marx.
Um dos grandes méritos do
pensamento de Marx foi ter dialogado com as principais correntes teóricas de
seu tempo.
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Filosofia Alemã
Marx, que era doutor em
filosofia, começou sua análises teóricas integrando-se a um grupo de pensadores
alemães chamado de esquerda hegeliana.
·
Socialismo utópico
Marx chamaria este conjunto de
pensadores de socialistas utópicos, pois embora eles fizessem críticas ao
sistema capitalista erravam ao não fazer uma análise profunda das leis de
funcionamento do capitalismo e ao não reconhecerem a classe operária como a
única possibilidade de construção do socialismo.
·
Economia Política
Em seu período na Inglaterra,
Marx realizou um profundo e longo estudo da ciência econômica, para mostrar as
leis de funcionamento do modo de produção capitalista e apontar as
possibilidades de sua superação.
6. Teoria Sociológica.
·
Materialismo Histórico.
·
A história é fruto do trabalho humano. São os
homens, interagindo para satisfazer suas necessidades que desencadeiam o
processo histórico.
·
É com base nesse pressuposto geral que Marx se
propôs a estudar a sociedade.
·
Para ele, o estudo da sociedade começa quando
tomamos consciência de que “o modo de produção material condiciona o
desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral”.
·
O estudo da sociedade deve começar sempre pela
sua economia (vida material do homem), que é o elemento que condiciona o
desenvolvimento da vida social.
8. Resumo de seu método
sociológico.
Prefácio do livro: Contribuição à
Crítica da Economia Política (1859):
“O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de guia
para meus estudos, pode formular-se resumidamente assim: na produção social da
própria existência, [economia], os homens entram em relações determinadas,
necessárias, independentes de sua vontade”
Estas relações de produção correspondem a um grau de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O
conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se eleva
uma superestrutura jurídica e política
e à qual correspondem formas sociais determinadas da consciência.
Portanto, o método de análise
sociológica de Marx pode ser apresentado desta forma:
Superestrutura
política
(Superestrutura
jurídica e política)
|
Superestrutura
ideológica
(Formas sociais
determinadas de consciência)
|
Infra-Estrutura =
forças produtivas + relações de produção.
(Estrutura
econômica da Sociedade)
|
9. Infra-estrutura.
·
Vejamos como Marx concebe cada um destes níveis
da vida social. Para Marx, o elemento fundamental da economia é o trabalho. O
ser humano, para sobreviver, precisa produzir os bens necessários para a
satisfação de suas necessidades.
·
É através do trabalho que o homem transforma a
natureza e reproduz sua existência.
·
De acordo com o sistema dialético de Marx,
através do trabalho, o homem supera sua condição de ser apenas natural e cria
uma nova realidade: a vida social.
·
A sociedade é justamente a síntese do eterno
processo dialético pelo qual o homem atua sobre a natureza e a transforma:
“O trabalho é um processo de que participam
o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação,
impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza [...].
Atuando assim sobre a natureza externa modificando-a, ao mesmo tempo modifica
sua própria natureza.”
·
O processo de trabalho, diz Marx, envolve duas
dimensões principais:
·
A relação do homem com a natureza;
·
A relação do homem com os outros homens no
próprio processo de trabalho.
·
A relação do homem com a natureza é mediada pela
matéria prima e pelos instrumentos de trabalho que são os meios auxiliares que
o homem desenvolve e que o auxiliam no processo de produção.
·
O conjunto formado pela matéria prima, pelos
meios de produção e pelos próprios trabalhadores de uma sociedade é chamado por
Marx de forças produtivas.
·
As forças produtivas da sociedade correspondem a
tudo aquilo que é utilizado pelo homem no processo de produção, desde a simples
enxada até as máquinas mais desenvolvidas.
·
Segundo Marx:
O que é a
sociedade, seja qual for a sua forma? – O produto da ação recíproca dos homens.
Podem os homens escolher livremente esta ou aquela forma de sociedade? De modo
algum [...]. Não é preciso acrescentar que os homens não escolhem livremente as
suas forças produtivas – a base de toda a sua história -, pois toda força produtiva é uma força adquirida, o produto de
uma atividade anterior.
As forças
produtivas são, portanto, o resultado da energia aplicada dos homens [...]. A
conseqüência necessária: a história social dos homens nada mais é que a
história do seu desenvolvimento individual, tenham ou não consciência disso.
·
Mas a produção (ou o processo de trabalho) não é
um fenômeno isolado. Ela é também um fenômeno social, coletivo. Envolve,
portanto, a relação do homem com o próprio homem. Por isso, no processo de
trabalho, o homem cria também relações
de produção. As relações de produção
são as interações que os homens estabelecem entre si nas atividades produtivas.
·
Corresponde de forma geral, a divisão do
trabalho, seja dentro de uma atividade específica seja entre as diversas
atividades em seu conjunto.
·
Para se entender a vida de uma sociedade é
preciso acompanhar a evolução de suas forças produtivas, pois são elas que
determinam o tipo de relações existentes, como diz o próprio Marx:
Em certa fase
de seu desenvolvimento histórico, as forças produtivas da sociedade entram em
contradição com as relações de produção existentes (...). Abre-se, então, uma
era de revolução social. A transformação que se produziu na base econômica
transtorna mais ou menos lentamente toda a colossal superestrutura.
10. Superestrutura.
·
Partindo da análise das relações de produção,
Marx constatou que a sociedade se dividia em classes sociais. As classes
sociais são frutos das relações que os homens estabelecem no processo de
produção.
·
Elas surgem quando um grupo social se apropria
das forças ou meios de produção e se torna proprietários dos instrumentos de
trabalho.
·
As classes sociais dividem a sociedade em dois
grupos fundamentais: os proprietários dos meios de produção e os
não-proprietários destes meios.
·
Dito de outra forma:
É o fenômeno
da propriedade privada que dá origem às classes sociais, qual seja, a divisão
da sociedade entre proprietários e não proprietários.
·
Segundo Marx:
O que eu
trouxe de novo foi a demonstração de que:
1.
A existência das classes só se liga a determinadas
fases históricas de desenvolvimento da produção;
2.
A luta de classes conduz, necessariamente, à ditadura
do proletariado;
3.
Esta mesma ditadura não é por si mais do que a
transição para abolição de todas as classes sociais e para uma sociedade sem
classes.
·
Para consolidar o seu domínio sobre os não
proprietários, as classes dominantes precisam fazer uso da força.
·
É nesse momento que surge o ESTADO.
·
De modo geral, Marx afirma que o Estado é um
instrumento criado pelas classes dominantes para garantir seu domínio econômico
sobre as outras classes.
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As leis e determinações do Estado estão sempre
voltadas para o interesse da classe dos proprietários. Quando as leis e normas
do Estado falham, o poder estatal tem ainda o recurso da força eu garante os
interesses das classes dominantes.
·
Um segundo instrumento das classes proprietárias
para garantir seu domínio econômico é a força das idéias, ou seja, a ideologia.
Para Marx, as idéias da sociedade são as idéias da classe dominante (do ponto
de vista econômico e político), ela também consegue difundir a sua “visão de
mundo” e os seus valores.
·
As outras classes acabam adotando esta visão e,
desta forma, não percebem que são dominadas. A ideologia poder ser definida
como um conjunto de representações da realidade que servem para legitimar e
consolidar o poder das classes dominantes.
11. Teoria da Modernidade.
Marx, sem sombra de dúvida, é o
grande analista da formação, desenvolvimento e supressão do modo de produção
capitalista que se constitui, para ele, no eixo de compreensão da modernidade.
O capitalismo é o tema daquela
que é considerada a principal obra de Marx – O Capital.
Podemos sintetizar a crítica de
Marx ao capitalismo em duas teses principais:
Tese da exploração: o
capitalismo é um sistema econômico na qual a riqueza é produzida pela
exploração de uma classe social sobre a outra. O conceito central que enuncia a
tese da exploração é a categoria “Mais-Valia”.
Tese da alienação: O
capitalismo é um sistema econômico no qual o conjunto de indivíduos e da
sociedade passa a ser determinado pelo poder impessoal do dinheiro (capital) e
da própria esfera econômica que foge do controle social. O conceito central que
enuncia a tese da alienação é a categoria “Fetichismo da Mercadoria”.
Tese da exploração: a
mais-valia.
O elemento básico da economia
capitalista, segundo Marx, é a mercadoria.
Como o capitalismo é um sistema
produtor de mercadorias é preciso começar a análise deste modo de produção pela
explicação das características da mercadoria.
12. Mercadoria.
Para Marx, a mercadoria tem um
duplo caráter:
Mercadoria
|
||
Tese
|
Antítese
|
Síntese
|
Valor de uso
|
Valor de troca
|
Valor de uso e
valor de troca.
|
Valor de uso.
O valor de uso de uma mercadoria
é o seu aspecto material, ou seja, sua capacidade de satisfazer uma necessidade
humana. O valor de uso, portanto, tem a ver com o “conteúdo da mercadoria”.
Valor de Troca.
O valor de troca é a capacidade
que cada mercadoria possui para ser trocada por outra mercadoria. Com a troca
começa a surgir um problema. Como vou saber quanto de trigo (mercadoria A)
posso trocar por açúcar (mercadoria B), por exemplo? Como medir a “grandeza” do
seu valor?
Adotando a teoria de David
Ricardo (teoria do valor-trabalho), Marx vai afirmar que o que determina a
grandeza do valor é a quantidade de trabalho socialmente necessário, ou o tempo
de trabalho socialmente necessário para a produção de um valor de uso.
O valor de uma mercadoria, portanto,
vem do trabalho. Marx explica ainda que “tempo de trabalho socialmente
necessário é o tempo de trabalho requerido para produzir-se um valor de uso
qualquer, nas condições de produção socialmente normais, existentes, e com o
grau social médio de destreza e intensidade do trabalho”.
Para serem trocadas entre si, as
mercadorias precisam da intermediação de uma outra mercadoria: o dinheiro.
Para entender a origem do valor,
diz Marx, podemos apresentá-lo de três formas:
Forma simples: uma mercadoria X pode
ser trocada por outra mercadoria Y.
Forma total: uma mercadoria X
pode ser trocada por várias mercadorias (a,b,c,d,e,f etc.)
Forma dinheiro: todas as
mercadorias (a,b,c,d,e,f etc.), podem ser trocadas por uma única mercadoria que
serve de “equivalente geral” para todas as mercadorias.
É neste momento, que surge o
dinheiro. A ação social de todas as outras mercadorias elege, portanto, uma
mercadoria determinada para nela representarem seus valores. O dinheiro serve a
dois propósitos: servir de meio de troca e de forma de valor (ou equivalente
geral das mercadorias).
13. Estrutura.
Estabelecidos os elementos
fundamentais da economia, que são a mercadoria (M) e o dinheiro (D), Marx passa
a analisar o processo de troca ou processo de circulação simples, que ele
explica de acordo com a fórmula:
M ----------------
D------------------M
O importante de assinalar nesta
fórmula é o seu objetivo.
A troca tem em vista a satisfação
de alguma necessidade.
Ela começa com um valor de uso,
que é vendido. Com o dinheiro adquire-se outro valor de uso.
Neste processo, o dinheiro é um
meio de troca que serve para a aquisição de uma mercadoria que vai para a
esfera do consumo.
Já a circulação capitalista tem
outra fórmula:
D--------------- M
--------------- + D.
Ao contrário da anterior, a
circulação capitalista tem outro objetivo: o lucro.
A troca começa com dinheiro
(Capital) que termina tornando-se mais dinheiro.
Este é o segredo do capitalismo.
Seu objetivo não é a satisfação
das necessidades, mas a própria acumulação. A acumulação é a lei absoluta do
modo de produção capitalista.
Neste processo, a mercadoria
(valor de uso) é apenas um meio de valorização do capital. O dinheiro entra na
circulação e depois volta a ele para tornar-se mais dinheiro.
Qual a origem do lucro?
A origem do lucro está no fato de
que ela ocorre no processo de produção, e não na troca (circulação).
14. Mais-valia.
Primeiro estágio (compra):
[D----------M------------força de
trabalho]
------------Matéria prima]
O capitalista (Alex) compra 20 kg de algodão (matéria
prima) a 20 reais e, além de dois fusos no valor de 4 reais, paga a seu
operário (João – força de trabalho) 3 reais.
Meu capital investido é de 27
reais.
Segundo Estágio (produção):
[.......(P)......]
A transformação do algodão em
fio, através do trabalho produtivo. Em 6 horas, a jornada do trabalhador se
divide em duas partes. Em 3 horas ele fabrica o equivalente a seu salário (3
reais) e nas 3 horas restantes ele produz a mais valia (3 reais).
Trabalho necessário Trabalho excedente
------------------------ { } ----------------------
Terceiro estágio (venda):
[M-------- + D]
A nova mercadoria (uma camisa da
Nike) é vendida a um preço de 30 reais, sendo que foram necessários 27 reais de
“capital”. A mais-valia, portanto, é de 3 reais, obtidas do tempo de trabalho
não pago ao trabalhador.
Resumo
Circulação
|
Produção
|
Circulação
|
D ---- M1
Compra
|
......(P)......
|
M2 ---- +D
Venda
|
A categoria básica da teoria
econômica, portanto, é a categoria de mais-valia. Por isso, ao longo de O
capital, ele procura mostrar que existem duas formas principais pelas quais é
possível extrair lucro:
Mais-valia absoluta: o
lucro é obtido pelo aumento da jornada de trabalho, em outros termos,
aumenta-se a quantidade de trabalho excedente (que serve para pagar os
salários).
Mais-valia relativa: o
lucro é obtido pelo aumento da produtividade. Neste processo, o capitalista não
precisa aumentar o tempo de trabalho. Basta fazer o trabalho render mais. Isto
se consegue especialmente através do aperfeiçoamento tecnológico, pelo qual o
operário produz sempre mais, apesar de não variar o tempo de trabalho.
15. Tese da alienação:
fetichismo da mercadoria.
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Além de criticar o modo de capitalista de
produção por estar fundado na apropriação do valor excedente por uma
determinada classe, Marx dirige também uma segunda crítica ao capitalismo:
neste sistema o homem encontra-se alienado. Na verdade, o conceito de alienação
foi bastante importante na obra de “jovem Marx” não é mais localizado nos
textos do chamado “Marx Maduro”.
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O ponto de partida da argumentação de Marx para
apresentar sua tese da alienação também parte de uma análise da mercadoria.
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Segundo o autor, “à primeira vista, a mercadoria
parece ser coisa trivial, imediatamente compreensível. Analisando-a, vê-se que
ela é algo muito estranho, cheia de sutilezas metafísicas e argúcias
teológicas”.
·
Mas, em que consiste o caráter misterioso da
mercadoria ao qual Marx se refere?
·
“A mercadoria é misteriosa simplesmente por
encobrir as características sociais do próprio trabalho dos homens,
apresentando-as como características materiais e propriedades sociais inerentes
aos produtos de trabalho; por ocultar, portanto, a relação social entre os
trabalhos individuais dos produtores e o trabalho total, ao refleti-la com
relação social existente, à margem deles, entre os produtos de seu próprio
trabalho”.
·
O que Marx procura deixar claro nesta frase é
que a mercadoria perde sua relação com o trabalho e parece ganhar vida própria.
Embora o valor contido nela seja fruto do trabalho investido pelo homem em sua
produção, tudo se apresenta como se o valor da mercadoria já estivesse contido
naturalmente nela.
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O capital desvinculado do trabalho aliena o ser
humano da produção de sua existência social. A alienação inverte o sentido das
relações sociais: o homem (sujeito) se torna objeto, enquanto o objeto
(mercadoria) se torna sujeito.
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O processo de produção do capital se desprende
do controle social dos indivíduos e passa a funcionar segundo sua própria
lógica interna: a busca da acumulação.
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Por outro lado, o caráter impessoal, material,
formal e racional da mercadoria passa a reger a vida dos homens e suas formas
de organização social.
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Através do conceito de fetichismo da mercadoria
Marx chama a atenção paro o processo de mercantilização da vida e das relações
sociais: “para estes [os homens], a própria atividade social possui a forma de
uma atividade das coisas sob cujo controle se encontram, ao invés de
controlarem”.
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Em outros termos, no capitalismo, em vez de a
produção estar a serviço do homem, é o homem que se encontra dominado pela
produção.