terça-feira, 5 de março de 2013


Educação Iluminista: René Descartes (1596-1650)


-A uma altura de sua vida, Descartes acredita que tudo que lhe foi ensinado nos seus anos de formação carece de solidez. Convence-se de que é preciso abandonar tudo e começar um processo – que é filosófico, social e pedagógico ao mesmo tempo – de busca do conhecimento verdadeiro.

-O saber e as ciências como saber verdadeiro vão estar assentados no eu, isto é, assentadas em um sujeito que se caracteriza por possuir um núcleo não-contingente e para além das vicissitudes da história: o cogito.

-Descartes vê o homem como uma mistura entre corpo e alma. É por ser essa mistura que o homem esta imerso em erro. O fato de a alma estar fundida ao corpo coloca o homem na dependência dos sentidos, da imaginação, turvando a razão e impedindo-o de colocar-se como puro sujeito.

-Para ele essa união entre corpo e alma é conforme a natureza, e são os primeiros anos dessa união - a infância – que condenam a alma a uma espécie de aprisionamento.

-Entende que o fato de termos sido crianças nos manteve durante muito tempo sob o governo de apetites e preceptores – o corpo e a cultura -, de modo que, uma vez adultos, nossos juízos não são tão puros e tão sólidos quanto seriam se tivéssemos tido o uso de nossa razão por inteiro desde o nascimento.

-A primeira e principal causa de nossos erros são os preconceitos de nossa infância. Temos, então, de substituir a criança pelo homem. A infância seria um estado originário, com valor meramente histórico, de recalque da razão.

-Assim, não é pela história que o homem abandonaria sua condição infantil chegando à idade adulta, mas sim pela filosofia e sociologia que, na ascese pedagógica das “Meditações”, faz dessa cidadela chamada subjetividade o campo no qual a razão, finalmente, pode governar sozinha e, então, se autopremiar com a vontade.

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