Educação
Iluminista: René Descartes (1596-1650)
-A
uma altura de sua vida, Descartes acredita que tudo que lhe foi ensinado nos
seus anos de formação carece de solidez. Convence-se de que é preciso abandonar
tudo e começar um processo – que é filosófico, social e pedagógico ao mesmo
tempo – de busca do conhecimento verdadeiro.
-O
saber e as ciências como saber verdadeiro vão estar assentados no eu,
isto é, assentadas em um sujeito que se caracteriza por possuir um núcleo
não-contingente e para além das vicissitudes da história: o cogito.
-Descartes
vê o homem como uma mistura entre corpo e alma. É por ser essa mistura que o
homem esta imerso em erro. O
fato de a alma estar fundida ao corpo coloca o homem na dependência dos
sentidos, da imaginação, turvando a razão e impedindo-o de colocar-se como puro
sujeito.
-Para
ele essa união entre corpo e alma é conforme a natureza, e são os primeiros
anos dessa união - a infância – que condenam a alma a uma espécie de
aprisionamento.
-Entende
que o fato de termos sido crianças nos manteve durante muito tempo sob o
governo de apetites e preceptores – o corpo e a cultura -, de modo que, uma vez
adultos, nossos juízos não são tão puros e tão sólidos quanto seriam se
tivéssemos tido o uso de nossa razão por inteiro desde o nascimento.
-A
primeira e principal causa de nossos erros são os preconceitos de nossa
infância. Temos, então, de substituir a criança pelo homem. A infância seria um
estado originário, com valor meramente histórico, de recalque da razão.
-Assim,
não é pela história que o homem abandonaria sua condição infantil chegando à
idade adulta, mas sim pela filosofia e sociologia que, na ascese pedagógica das
“Meditações”, faz dessa cidadela chamada subjetividade o campo no qual a razão,
finalmente, pode governar sozinha e, então, se autopremiar com a vontade.
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