NICOLAU MAQUIAVEL (1468 – 1527).
Nasceu em Florença e, sua principal
obra. “O Principe”, lançada em 1513 não tinha pretensão de fazer ciência
social, mas por sua obra pode ser considerado o primeiro pensador político da
era moderna.
Sua linha é a do realismo político –
descreve a vida social e política da forma como ela se apresenta a sua
observação.
Recorre à razão e não mais à
religião – o homem passa a ser o ser da história.
Primeira fase da modernidade – a razão
– mudança na concepção de mundo – antes predominava a Escolástica (visão
finalista), agora o homem pode mudar a história.
Contexto de sua obra: Itália estava
desestruturada, cidades tinham vida autônoma.
O livro “O Príncipe” é uma carta
com sugestões de como o príncipe poderia unificar a Itália esfacelada.
Por dar ao príncipe condições de
mudar a história da Itália, o livro representa uma ruptura com a visão
finalista e transcendente da Escolástica.
Razão significa a emancipação da
esfera humana.
Maquiavel reconhece, primeiramente,
que a vida social é marcada pela falibilidade (imperfeita) assim como o próprio
homem.
Através da razão, no entanto, é possível
mudar a história e conquistar objetivos, como a conquista do poder. Nesta
disputa pelo poder, o príncipe pode utilizar qualquer meios já que o fim é
prioritário (os fins justificam os meios). Nesse sentido, o futuro da Itália
estava nas mãos do príncipe que deveria estabelecer estratégias para manter o
poder.
O Estado é visto como uma obra da
razão:
Para que o príncipe pudesse agir da
melhor forma possível, o autor sugere que se recorra à história (os bons
exemplos, os bem-sucedidos devem ser seguidos). É a experiência do processo
histórico que orienta o príncipe.
Os pontos mais polêmicos da obra de
Maquiavel referem-se a sua franqueza:
1. Reconhece
as imperfeições da vida social e do ser humanos (falibilidade humana);
2. Adaptação meios
e fins ( para atingir determinado fim- no caso o poder, podem ser utilizados
quaisquer meios, mesmo a violência);
3. Na disputa
pelo poder, às vezes a crueldade se faz necessária. Por isso o príncipe tem que
aprender a ser mau, pois a virtude e saber conciliar força e talento;
4. Entre ser
temido e ser amado, o mais seguro e ser temido;
5. As
crueldades devem ser bem praticadas – feitas de uma só vez para evitar o
desgaste o príncipe deve ser sempre racional – experiências e prudência –
estratégias pautadas pela história – “homens trilham estradas já percorridas” .
BIBLIOGRAFIA
BURCKHARDT. J. A cultura do
renascimento na Itália. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
MAQUIAVEL. N. O Príncipe, Tradução,
prefácio e notas de Lívio Xavier. Rio de Janeiro: Francisco Alves: 1997.
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