terça-feira, 27 de março de 2012

REALISMO POLÍTICO.



NICOLAU MAQUIAVEL (1468 – 1527).

Nasceu em Florença e, sua principal obra. “O Principe”, lançada em 1513 não tinha pretensão de fazer ciência social, mas por sua obra pode ser considerado o primeiro pensador político da era moderna.
Sua linha é a do realismo político – descreve a vida social e política da forma como ela se apresenta a sua observação.
Recorre à razão e não mais à religião – o homem passa a ser o ser da história.
Primeira fase da modernidade – a razão – mudança na concepção de mundo – antes predominava a Escolástica (visão finalista), agora o homem pode mudar a história.
Contexto de sua obra: Itália estava desestruturada, cidades tinham vida autônoma.
O livro “O Príncipe” é uma carta com sugestões de como o príncipe poderia unificar a Itália esfacelada.
Por dar ao príncipe condições de mudar a história da Itália, o livro representa uma ruptura com a visão finalista e transcendente da Escolástica.
Razão significa a emancipação da esfera humana.
Maquiavel reconhece, primeiramente, que a vida social é marcada pela falibilidade (imperfeita) assim como o próprio homem.
Através da razão, no entanto, é possível mudar a história e conquistar objetivos, como a conquista do poder. Nesta disputa pelo poder, o príncipe pode utilizar qualquer meios já que o fim é prioritário (os fins justificam os meios). Nesse sentido, o futuro da Itália estava nas mãos do príncipe que deveria estabelecer estratégias para manter o poder.
O Estado é visto como uma obra da razão:
Para que o príncipe pudesse agir da melhor forma possível, o autor sugere que se recorra à história (os bons exemplos, os bem-sucedidos devem ser seguidos). É a experiência do processo histórico que orienta o príncipe.
Os pontos mais polêmicos da obra de Maquiavel referem-se a sua franqueza:
1.      Reconhece as imperfeições da vida social e do ser humanos (falibilidade humana);
2.      Adaptação meios e fins ( para atingir determinado fim- no caso o poder, podem ser utilizados quaisquer meios, mesmo a violência);
3.      Na disputa pelo poder, às vezes a crueldade se faz necessária. Por isso o príncipe tem que aprender a ser mau, pois a virtude e saber conciliar força e talento;
4.      Entre ser temido e ser amado, o mais seguro e ser temido;
5.      As crueldades devem ser bem praticadas – feitas de uma só vez para evitar o desgaste o príncipe deve ser sempre racional – experiências e prudência – estratégias pautadas pela história – “homens trilham estradas já percorridas” .


BIBLIOGRAFIA
BURCKHARDT. J. A cultura do renascimento na Itália. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
MAQUIAVEL. N. O Príncipe, Tradução, prefácio e notas de Lívio Xavier. Rio de Janeiro: Francisco Alves: 1997.

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