terça-feira, 27 de março de 2012

O PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL DE JOHN LOCKE E THOMAS HOBBES.



JOHN LOCKE (1632 – 1704) – SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL.

            O autor, ao contrário da visão de Hobbes, tinha uma perspectiva otimista em relação ao homem. Entretanto, pode ser enquadrado como contratualista porque , assim como Hobbes e Rousseau, ele analisou o homem no estado de natureza e acreditava que em determinado momento era instituída a sociedade através de um contrato social entre as pessoas.
            Em sua análise, Locke vai afirmar que o homem é um ser político, o que o diferencia dos animais. Em sua compreensão, os seres humanos, no estado de natureza, desprovidos de lei e de governo, conseguem viver de forma harmoniosa, conseguem se entender. Ele parte, portanto do princípio de que existe um entendimento racional entre os homens mesmo no estado de natureza. É uma visão totalmente diferente da de Hobbes, que colocava os homens como seres brutais, medíocres e egoístas. Para Locke, os homens são bons por natureza e vivem em harmonia.
Se os homens conseguem estabelecer um entendimento no estado de natureza então por que a necessidade de se criar governos, instituições, leis? Para Hobbes, o Estado absolutista emerge para impedir a guerra de todos contra todos. Locke, no entanto, contesta esta visão e vai se posicionar contra as ideias absolutistas. Na visão deste autor, o contrato social visando a criação de leis e governo se faz necessário por um caráter preventivo, ou seja, os homens são bons e não vivem em conflito, mas para evitar que um possa vir a cometer algum erro e prejudicar o outro, o governo surge para prevenir tais disputas.
            Na concepção de Hobbes, o Estado deveria garantir aos seus súditos apenas o direito á vida. Já Locke, que é o fundador da concepção liberal, vai dizer que os homens tem três direitos fundamentais que não podem ser violados: o direito á vida, o direito á propriedade e o direito á liberdade. O autor reconhece que o ser humano, apesar de ser bom, é falível e imperfeito, por isso os governos devem corrigir estas incorreções e garantir a manutenção dos direitos básicos.
            Locke propõe a instauração de um governo representativo, democrático e liberal. Suas idéias até hoje tem uma grande importância na Ciência Política, por ter disso o precursor do liberalismo. Na época, seus escritos influenciaram os rumos políticos da Inglaterra, inclusive na aprovação da lei do habeas corpus (1679). Ao defender a concepção liberal e portanto o direito á propriedade, Locke propõe um Estado pouco intervencionista, que deve garantir apenas os direitos básicos e evitar que haja abusos.



BIBLIOGRAFIA
LOCKE. John. Dois tratados sobre o governo. Trad. Júlio Ficher. São Paulo: Ed. Martins Fontes. 1998.

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