O sistema capitalista rege a educação como parte de um sistema ideológico
e oprime qualquer objeção a outro sistema econômico, usando todos os meios para
persuadir e impor suas verdades inquestionáveis como solução para nossos
problemas que por ventura são gerados pelo mesmo, manipula a educação para sua manutenção
econômica alimentando a alienação do pensamento e da apropriação de mão de obra
alheia ao próprio beneficio. Desde os primórdios somos submetidos a uma escola
instituída pelo estado, que gerencia uma vontade elitista e transforma a
educação em mercadoria, num sistema onde não mais existe uma educação voltada
para a construção do ser humano e sim de uma vontade mercadológica, onde se
forma o sujeito polivalente, específico em superficialidades técnicas importantes
no mundo pós-moderno, que troca uma utopia modernista pelo imediatismo, que
cultua diretamente o corpo e suas vontades, perdendo seus valores, sua
historia, se tornando um homem descomprometido com sua realidade, evidenciando
o “eu” acima de tudo.
O papel do professor nesse contexto se complica perdendo seu valor, sendo
redirecionado á um proletário, fruto de um sistema estrutural que molda toda e
qualquer habilidade e conhecimento ao contexto atual, beneficiando os processos
produtivos, fazendo com que o desenvolvimento dos indivíduos se baseie em
utilidade para o mercado de trabalho, reproduzindo assim a lógica capitalista,
transformando o sujeito sem provocar um conhecimento integral, mas o necessário
para sua subsistência.
Para que haja uma mudança é necessário a transformação de todo um
sistema, uma lógica mais humanista, um maior entendimento desse sistema imperialista
que nos consome desde o centavo do salário ao sonho roubado, num mundo de
ilusões mercadológicas, onde uma mercadoria se torna o sujeito e nós sujeitos
em mercadorias. Uma vertente dessa mudança está em nossas mãos, professores,
que entre quatro paredes podemos germinar a semente da sabedoria, da utopia,
dos sonhos roubados, do entendimento ao conhecimento de novas ideologias, onde
o conhecimento se faz necessário, são sim nessas quatro paredes que nos
tornamos donos de nossos próprios narizes, onde podem ser desenvolvidos todos e
não parte do potencial humano para uma liberdade não condicionada, uma
democracia verdadeira, onde talvez o único, germine em silêncio.
R.I. / GESTÃO E DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
JEAN CLEIVERSON OLIVEIRA BRANDÃO
A única lógica, é que ao redor desse capitalismo em que todos vivemos, o homem não reconhece mais o produto de seu trabalho e é submetido ao desejo inacessível do outro e não se dá conta da exploração em que ele próprio se empõe.
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